Versículos do Dia

terça-feira, 25 de maio de 2010

Porque Eximios Lideres deprimem Parte III

Escrito por Ericson Martins.

PARTE 3

"Não há nada mais oprimente que a supressão da alma, dos sentimentos. Não há nada mais degradante que ter de esconder o que faz mal à felicidade de viver consciente da sua filiação à Deus (Salmos 32, 36:1-2, 38:1-9, 51). Infelizmente, é absolutamente comum para a cristandade a lei do silêncio quanto aos sentimentos e pensamentos mais contrários para a Fé enquanto mais autênticos e que ocupam o interior de cada cristão. Por isto, o comportamento precisa ser moldado não com base nos princípios verdadeiros do Evangelho que realmente libertam o interior do homem dos vícios doentios que o consome, mas para satisfazer opiniões humanas que não passam de tradições convenientes de determinado grupo. Esta fórmula definida de espiritualidade pelo uso de mordaças intelectuais e sociais, em nome da paz comunitariamente interessada em defender as aparências, tiram do homem a liberdade necessária de descortinar o que se passa em seu coração. Alguns evidentes líderes evangélicos arriscam dogmatizar a Igreja ensinando que crente espiritualmente saudável não sofre, não adoece, não experimenta pobreza, não fracassa e não vive entre a pobreza, sob a chantagem de serem denunciados ou por supostas maldições, ou pecados ocultos, ou por conformidade espiritualmente medíocre.

Um ambiente que não considera necessária à cura espiritual e moral a exposição verdadeira da consciência sobre pecados, que não promove a autenticidade interior e do comportamento mesmo quando ela é escandalosa, que não permite confessar o prazer no mal, na vingança, na libertinagem, na ambição financeira, na licenciosidade teológica, sem dúvida não deve ser capaz de perdoar. Isto é assustador. É terrorismo psicológico. Não poder confessar pecados, expor sua frustração, seus fracassos torna a melhor alternativa para viver em paz com os outros, menos consigo mesmo.

O pecado atingiu todos os homens, principalmente quem não se considera pecador. Por ser pecador, o homem, quando assume uma liderança, torna visível sua real condição diante de Deus através dos relacionamentos. O relacionamento uns com os outros é a forma visível daquilo que constitui espiritualmente o homem. Para as Escrituras, é incoerente dizer amar a Deus, relacionar com Ele, a quem não vê e odiar o irmão a quem se vê (1 Jo. 4:20); ora, irmão é quem está sempre por perto nos relacionamentos humanos. Como já foram mencionadas na reflexão anterior, nossas complexas maneiras de liderar juntamente com penumbras do coração e tantas indignas formas de lidar com vocação ministerial, demonstram o quanto somos pecadores e cotidianamente carecedores da misericórdia de Deus. Por isto, invertemos prioridades, ofendemos, enganamos, manipulamos, deprimimos, desviamos verbas, omitimos o que não deveria, deixamos de fazer o bem aos outros para satisfazer o nosso bem ... Só Deus pode nos curar destas inclinações nocivas.

Gostaria de apresentar neste texto o que as Escrituras Sagradas propõem para os problemas levantados e também relacionar suas verdades ao exercício da liderança :





01. Admita sua real condição diante de Deus e confesse seus pecados, ou como preferir : seus equívocos.


A tentativa de provar santidade moral e espiritual é relativamente interessante; contudo, a Bíblia não nos autoriza admitir não termos pecado, e ao fazê-lo "a nós mesmos nos enganamos e a verdade não está em nós" (1 Jo. 1:8, 10), mas admitir esta condição (vv.9, 11) é admitir a necessidade de cura, é demonstrar humildemente o quanto se depende de Deus sobre tudo o que é e faz da sua vida. A Bíblia diz que "a soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda" (Pv. 16:18). Ao admitir suas culpas para Deus você se previne do mal que elas te fazem.

A palavra usada no A.T. para "confessar" é também o verbo yādâ (Lv. 5:5, 16:21, 26:40; Nm. 5:7; Ne. 1:6, 9:2; Sl. 32:5 ...). Este verbo é muito usado para traduzir "conhecimento" que distingue um objeto, pessoa ou conhecimento de outro, familiaridade entre pessoas, reconhecimento de honra, canto de louvor, intimidade nos relacionamentos e relação sexual. Também tem o sentido de "lançar". Quando alguém transgredia uma lei, era apresentada publicamente sob a denúncia do seu pecado e então, "lançavam" pedras contra o indiciado até a morte como punição. Confessar pecado implica em lançar "pedras" contra si mesmo, ou seja, culpar a si mesmo. De modo algum se confessa pecado apontando justificativas ou explicações bem elaboradas como tentativas de minimizar o peso de ter praticado algum pecado. Diante de Deus, tal confissão deve ser sincera e transparente. Ainda que Ele conheça todas as palavras, antes que elas saiam de sua boca (Sl. 139:4), confessar é um processo de cura que Ele normatizou.

O pecado, enquanto oculto, cresce e consome seu portador. Enquanto a árvore é apenas um pequeno ramo facilmente é arrancada do solo, mas quando cresce, ninguém a pode retirar pela profundidade das suas raízes. Assim ocorre conosco quando ocultamos das pessoas e tentamos ocultar de Deus nossos conflitos entre Sua santa vontade e nossas disposições mais carnais (Tg. 1:14-15) pelo dinheiro, poder e perversão sexual como pornografia, sensualidade, experiência libertina fora do casamento. Pecado é sempre apresentado pela tentação como algo satisfatório e seguro, porém oculta as piores conseqüências (Gn. 3).

O líder, assim como qualquer outro, é pecador. Vivemos em dias em que líderes não suportam a evidência de que são frágeis, preferem resistir a esta condição como justificativa de inspirar pessoas a manterem-se firmes diante das pressões. Chegam ao ponto de se deprimirem porque não agüentam mais tantos pesos sobre sua consciência, quando eles não se transformam em escândalos públicos potencialmente capazes de esvaziar a moral, a autoridade e o respeito pelo modelo de vida diante das pessoas de um dia para o outro, quando poderiam ser evitados pela sincera confissão diante de Deus e auxílio de um bom amigo, responsável o suficiente para conduzi-lo a restauração. Não importa o cargo ou posição que você ocupa, deixe as pessoas saberem que você falha como elas, e como elas, pode ser restaurado a partir do interior com a graça de Deus (Tg. 5:16).


02. Arrependa-se.

Uma vez que o pecado é reconhecido e confessado, resta agora o arrependimento.

A palavra no A.T. usada para traduzir "arrependimento" é a palavra shûb (heb.). É o 12º verbo mais usado no A.T. (mais de 1.500 vezes). Ele foi muito usado para descrever literalmente a responsabilidade humana, diante de sua consciência de pecado, desviar-se do mal e voltar-se para Deus. O hebreu compreendia arrependimento como alguém que estava caminhando em uma direção e resolveu "voltar" atrás. A linguagem é essencialmente prática.

No N.T. temos a palavra metamelomai que expressa o arrependimento por um erro, uma dívida, uma falha ou pecado, então o indivíduo olha para trás lamentando ter entrado por um caminho que não deveria. Só para ilustrar, a parábola do "Filho Pródigo" em Lucas 15:11-20ss, apesar de estar tratando de salvação, descreve como o judeu compreendia a atitude de arrependimento de alguém que saiu precipitadamente de casa e fez coisas que nunca deveria ter feito. O menino arrependido não ficou resistindo a humilhação de "voltar" depois dos erros que cometeu, ou explicando para sua consciência culposa o porquê estava sofrendo as conseqüências. Ele "caindo em si", levantou e voltou para o seu pai.

Arrependimento é a atitude seguinte do reconhecimento do erro. Não basta reconhecer o erro, é recomendado pelas Escrituras a confissão e arrependimento. A confissão te liberta, o arrependimento te reeduca. Guarde isto. Arrependimento é mais que um sentimento verdadeiro de dor, desejo sincero de não mais cometer o mesmo erro, ou mesmo a manifestação de contínuas lágrimas, é a atitude planejada e consciente do compromisso de reeducar-se, replanejar-se, desfazer o que pode ser desfeito, é o abandono completo do que não deveria ser possuído, é desviar-se daquilo que te provoca o erro, é o esforço contra si mesmo de submeter-se à disciplina e até humilhações com humildade e esperança de que Deus resgatará sua alegria de andar como Ele quer, e como é melhor para você, servo do Senhor.

Imagine como seria se tivesse uma picareta em suas mãos para cavar um terreno e logo descobrisse ter acertado um cano d'água. A água fluiria como resultado de ter errado o alvo. Lamentar o ocorrido, chorar e apenas reconhecer ser o culpado, não seria o bastante. A água continuaria fluindo até inundar tudo. Seria necessário consertar o cano. A Bíblia recomenda que devemos nos arrepender dos nossos pecados porque o arrependimento é uma responsabilidade dada por Deus ao homem que expressa submissão, temor, humildade e dependência dEle. Arrependimento atrai perdão, atrai cura, atrai libertação, atrai vida (Jó 36:10-11; Jr. 15:19; Mt. 3:8; Mc. 1:4; Lc. 15:7 e 10, 17:3-4; 2 Cor. 7:10; 2 Tm. 2:25).

Gostaria de concluir, sugerindo alguns passos práticos de arrependimento de acordo com a reflexão anterior :


2.1 Dê centralidade à Cristo em sua liderança.

Você faz isto quando começa considerar que sua função é servir os outros e não promover uma estrutura de serviçais. Isto implica em trabalhar arduamente para promover os outros pelo constrangimento do seu exemplo. Você dá centralidade à Cristo quando atribui os bons resultados a Ele e os maus a você. Ele é perfeito, mas você não. Se inverter isto, perde a oportunidade de glorificá-Lo. Cristo é digno de honra não apenas pela perspectiva humana do Seu ministério, mas por ser Deus eterno. Jesus disse que sem Ele não podemos fazer nada (Jo. 15:5); portanto, qualquer coisa desarmonizada da Sua vontade revelada nas Escrituras que fizer, não passará de distração para você nesta vida, pois não terá valor para Ele (v.6). Você dá centralidade à Cristo em sua função de liderança quando pede perdão por seu erro, quando volta atrás em algum projeto que não deveria ser iniciado ao invés de persistir no erro para provar que não é leviano, quando se alegra com o sucesso do outro, quando ora pelas pessoas que te perseguem, quando não revida a ofensa ou manipula o fraco para ter vantagem, quando ouve mais e fala menos, quando diz "não sei" ao invés de falar qualquer coisa só para sustentar o status de bem preparado. Você glorifica Jesus em seu ministério quando cobra dos outros somente aquilo que cumpre com perseverança. Você dá centralidade à Cristo quando faz coisas que as pessoas homenageiam a Deus.


2.2 Organize suas emoções, se não pode só, peça ajuda.

a) Abandone o ativismo. Este é um sintoma intensificado em nossa época por causa da crescente competitividade, ganância, necessidade de sobrevivência, medo do fracasso, até mesmo para tentar provar algo para alguém ou si mesmo. Uma das características do ativista é que mesmo fora do trabalho ele não se desliga daquilo que ocupou todo o seu dia e suas melhores relações como esposo (a) e filhos (as) que sofrem progressiva fragilização por este distanciamento, e suas maiores companhias, naturalmente, passam a ser os companheiros de trabalho. Além deste risco eminente à estrutura e harmonia familiar, o ativista não consegue manter disciplina de oração, leitura completa de um livro, preparação adequada de um sermão, planejar, etc. levando-o a variações imprevisíveis de humor e baixo limite de paciência. Muitas realizações podem custar muito de sua saúde física e emocional, muito de sua relação conjugal e familiar e muito de sua vida devocional. Muitas realizações não impressionam a Deus e nem podem manipular Sua satisfação sobre você. O grande desafio à maturidade do líder é saber trabalhar menos com muita qualidade e preservar o que é mais importante : relações profundas com o cônjuge e filhos (as). Pois se o tipo ou maneira de trabalhar te rouba tempo de reflexão bíblica e sua família, ele deve ser questionado.


b) Aceite os constrangimentos que te desafiam na vida pessoal. A zona de conforto é um ambiente que todos nós criamos para nos sentirmos seguros. Isto normal e saudável. O que não é saudável é o forte apego a esta condição. Os maiores desafios do crescimento sempre exigem mudanças profundas na qualificação pessoal e maiores responsabilidades. Se você não estiver disposto, dificilmente poderá avançar além do lugar que já chegou. Hanz Finzel em Dez Erros que um Líder não Pode Cometer (Ed. Vida Nova) comenta que os inconformistas, normalmente conhecidos como rebeldes pelo ambiente dos acomodados, são aqueles que cobram evolução porque acreditam que seus líderes têm potencial suficiente para crescer mais, e por isto são mal compreendidos quando não há mais disposição para assumir novas e necessárias responsabilidades. Ao invés de rejeitá-los do processo de liderança, Finzel recomenda valorizá-los pela capacidade de ver onde a comunidade pode chegar além do que já chegou. Se você tem ao seu lado pessoas que sempre questionam, apontam falhas, saiba dar ouvidos ao que dizem. Com humildade, poderá se convencer que determinadas áreas da sua liderança merecem melhor atenção e outros, mesmo que com menos experiência que você, e verdadeiros enjoados, podem ser grandes amigos no processo de crescimento da sua vocação. São eles que nos impulsionam a crescer. Ainda que no início seja por constrangimento, no fim sempre olhamos para eles com gratidão.


c) Alegre por aqueles que Deus levanta ao seu lado com grandes potenciais. Líderes são especiais de fato. Gente separada por Deus para funções de grandes responsabilidades. Mas não reúnem todos os dons para a manutenção do Corpo. Deus levanta pessoas ao lado, não com melhores dons, mas diferenciados. Como são tentados a ter o controle de tudo, sofrem o conflito de não poderem lidar com tudo só pela ausência de dons a ele não concedidos pelo Espírito Santo. O resultado parece ser óbvio : alguns temem perder seu espaço e, como Saul, entram numa neurose de que serão substituídos por quem Deus tem usado de modo peculiar, e começam a pensar que tais pessoas são seus competidores. Estas crises de ciúmes e retaliações no ambiente de trabalho apenas o faz perder a bênção de ter pessoas tão talentosas, levantadas por Deus para auxiliá-lo naquilo que sozinho jamais teria condições de fazer. Alegre-se por ter pessoas tão bem dotadas para não ter de se entristecer depois por não encontrá-las agregadas a sua vida e ministério que Deus o chamou.


d) Alimente sua confiança pessoal por confiar em Deus. A questão da auto-estima é algo completamente importante para um líder. Quando não a tem, o caso é sério. Sua identidade passa ser a do outro e ele mesmo não tem respostas para suas questões existenciais. Aprender com os outros é bíblico e, portanto, saudável. Mas todos nós temos uma identidade, um perfil único de trabalho. Você precisa compreender em Deus qual é a identidade que Ele te deu para liderar. Seus dons te ajudarão encontrar a resposta. Quando se tem a resposta sobre a ênfase da sua vocação, não há mais necessidade de copiar dos outros, o que é natural para início de carreira, mas de produzir segundo o potencial que Deus te deu.


2.3 Demonstre clara submissão a uma liderança.

Elimine as dúvidas sobre esta questão. A melhor referência de autoridade que se dá de si mesmo, é sua clara capacidade de humildemente estar submisso a uma autoridade. Se você não é submissão a uma liderança, que referência poderá oferecer aos seus liderados ? Não espere deles aquilo que você ainda não demonstra claramente. Se sempre questiona decisões dos seus superiores, como agiria se seus liderados tivessem este hábito em relação a você ? Esclareça este ponto. Não deixe as pessoas pensarem que este é um assunto delicado de ser tratado. Sem submissão, não há ordem. Mesmo que esteja à frente de um ministério não-Denominacional, principalmente neste caso, precisa de uma liderança cooperadora para pastoreá-lo, supervisionar suas ações ministeriais, exortá-lo dos perigos que te cerca, discipliná-lo quando necessário, apresentar percepções externas, ouvir suas confissões mais comprometedoras, ... isto só te dará credibilidade e saúde. Procure um conselheiro amigo, todos nós precisamos de um."


Com meu carinho de sempre,

Ericson Martins

Porque Eximios Lideres dprimem Parte II

Escrito por Ericson Martins.

PARTE 2


"Vivemos em uma época em que os padrões fundamentais de afirmação existencial no tocante à espiritualidade e conseqüente moralidade se encontram de "ponta-a-cabeça", ao ponto que a mensagem do Evangelho neste contexto, muitas vezes, é tratada como sendo anacrônica, de linguagem abstrata e pressupostos submetidos ao relativismo pós-moderno.

Toda instituição eclesiástica e empresas esforçam-se para encontrar líderes bem preparados, dotados com especiais habilidades e disciplinados pela combinação entre visão, missão e realização. Para atender esta expectativa e necessidade na construção do bem sucedido trabalho, muitos admitem precipitar-se em uma competição por oportunidade de exercício que lhe confere o poder da influência, satisfação financeira, realização de sonhos antigos e até mesmo solucionarem inquietações emocionais não resolvidas. Isto explica muitas crises institucionais. Por quê ? Porque envolvem líderes que não são guiados pelas motivações corretas da liderança. Quando um subalterno falha, ele sofre mais diretamente os efeitos, mas quando é um líder, todos sofrem.

Por não ser examinada honestamente a natureza primordial das depressões, o comportamento do líder tende a desenvolver uma avalanche de dissimulações sobre sucesso, aumentando com isto as dúvidas sobre suas reais motivações, caráter e vocação. Inevitavelmente a responsabilidade de induzir pessoas a descobrir e explorar o máximo do seu potencial se perde por colocar-se no centro do processo de liderança.

O empreendedorismo secular supervaloriza resultados, o ativismo é sinônimo de paixão e o marketing pessoal fundamental para engrandecer o nome. Pastores e líderes eclesiásticos, quando se simpatizam por estes valores tentam justificar suas vocações pela habilidade de entreter massas, produzir números e manipular informações comprometedoras dos fiéis sobre o que ocorre nos "bastidores". Assim, o compromisso da integridade para com o chamado Divino perde a atenção devida.

Gostaria de listar algumas que considero serem as principais deficiências na liderança contemporânea :


01. Perspectiva humanista

Se o caráter e a liderança do líder forem formados segundo o modelo de Jesus, por esta identificação pessoal de vida e realizações, todas as suas atividades, resultados desta relação, darão testemunho da centralidade que Ele ocupa no papel da liderança espiritual.

João capítulo 1 descreve Jesus assim : o "Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus ..." (v.1). Depois conclui : "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (v.14). Deus se identificou com o homem e nesta condição (Fl. 2:7), tudo o que fez teve um foco : fazer a vontade do Pai (Jo. 4:34). A Bíblia diz que Ele, "subsistindo em forma de Deus, não julgou o ser igual a Deus" (Fl. 2:6); assim, portanto, revelou o Pai (Jo. 14:9).

Liderança, na perspectiva bíblica, tem haver com a identificação do servo com seu Senhor e nunca consigo mesmo. Jesus não reivindicou o direito de ser [não se trata de natureza, mas de posição circunstancial] igual a Deus, antes, assumiu a "forma de servo" conforme lemos em Jo. 13:14. A toalha (Jo. 13:3-4) era usualmente usada em ocasiões semelhantes por escravos, mas Ele tomou a toalha e lavou os pés dos discípulos num ato de linda e completa humildade. Olhando para o modelo de liderança de Jesus descobriremos que liderar tem base naquele que designa para o serviço. Neste caso, tudo deve ser para honrar o nome de Jesus nesta geração. Ao desprezar esta prioridade, o homem entra em um círculo infindável de rotinas sem propósito eterno, pois se limita a si mesmo.

Por causa do pecado, o homem é inclinado a desprezar a graça, prefere a meritoriedade como forma de justiça própria. Pensa que suas produções intelectuais, habilidades para gestão, capacidade de aglutinar pessoas, realizações milagrosas e orações fervorosas devem ser recompensadas com afirmações positivas dos outros, excessiva atenção ao que fala e faz, oportunidades de poder, salários desnecessariamente altos, confortos sofisticados, ... pensando que estes sinais provam a boa qualidade de sua espiritualidade.

Quando o líder focaliza o trabalho que deve ser feito e não a razão de fazê-lo, quando exalta o resultado e não a qualidade, seu desempenho pessoal e não o dos outros, confia na estratégia e não no princípio, consulta a estatística de sua popularidade para medir sua aprovação, incorpora um conjunto de competências profissionais sem consideração espiritual, e/ou atribui seu sucesso unicamente ao seu esforço para criar alternativas, administrar e multiplicar seus ideais pratica o humanismo.

O humanismo começa no homem e termina no homem. Não tem valor para Deus tudo o que o líder humanista produz, porque este considera o homem um ser autônomo de positiva capacidade de construção (Mt. 7:21-23). Para ele, Deus não é Senhor, mas servo naquilo que está intentado realizar. Ele só pensa nele, não está disposto a sacrificar suas maiores ambições quando Deus lhe pede o contrário. Está o tempo todo preocupado com sua imagem, com as críticas, com aquilo que as pessoas pensam sobre ele, com as estatísticas do seu ministério, com a produção financeira, etc., pensa que tudo deve ser feito por meio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.


02. Instabilidade Emocional

Outro grande problema no ambiente da liderança é quanto a sua baixa-estima. Preocupados excessivamente com as expectativas que os outros lhes atribuem :

a) Muitos líderes precipitam no ativismo e comprometem a estrutura de suas próprias famílias (casamento e relação com filhos), negligenciam a vida devocional regular, não cuidam da saúde física, dispensam dia de folga, perdem o valor do tempo para leitura de bons livros, fazer cursos de atualização, etc., além de personalizar seu ministério, de modo que se deixar a ocupação o próximo não terá condições de adaptar-se em menos de 3 anos. Prazo suficiente para desmotivar a vitalidade ministerial do novo líder e também da igreja.

b) Viciam na evidência pública e não sabem lidar com a oposição de idéias, como críticas construtivas. Temem constantemente ser questionados em sua "zona de segurança". Há dois modelos de liderança centralizadores : paternalista que diz : "sem mim vocês não fazem nada"; e o autocrático que diz : "sem vocês eu posso fazer tudo só". Ambos os modelos são modelos deficientes de liderança por seu aspecto emocionalmente frágil.

c) Sofrem de ciúmes sobre aqueles que possuem dons estratégicos que ele não possui. A maneira como mais agem é lançando dúvidas quanto a credibilidade ministerial destas pessoas numa louca tentativa de dizer : "não tirem a atenção de mim". Sentem-se constantemente ameaçados em suas posições e para não correr este risco, criam ambientes de inadequações àqueles que demonstram potenciais fortemente relevantes para o Reino de Deus, a fim de empurrá-los para uma a prática periférica em relação aos principais interesses. Não há compatibilidade entre insegurança pessoal e confiança nos subordinados para realização de um trabalho. O líder inseguro sempre interferirá nas áreas que ele mesmo confiou a outros sem "pedir licença" por causa, justamente, da sua inquietante insegurança.

d) Enfraquece sua identidade pessoal, esta é a razão porque plagiam textos, modelos ministeriais, personalidade de pessoas admiráveis e supervalorizam o marketing pessoal, ou seja, dão ênfase a uma aparência maior que sua realidade. O marketing é uma estratégia de provocar os interesses das pessoas sobre um produto. Aplicado à liderança, é a estratégia cativar ou escravizar as expectativas dos outros sobre si, satisfazendo prioritariamente seus interesses para garantir a permanente aceitação delas. O marketing pessoal é uma estratégia muito praticada por líderes que querem igrejas cheias como sinal de sucesso pessoal e visibilidade pública em busca de melhores "oportunidades". Isto certamente não tem coerência com o modelo de liderança de Cristo que se baseia em dar glória somente a Deus pela humilhação de não "usurpar" a atenção que deve ser dada somente a Ele.

Kevin Mannoia em "O Fator Integridade" argumenta que ser um servo de Deus tem pouco que ver com atividade e muito ver com identidade. Quem somos não se baseia no que fazemos nem na quantidade de pessoas que agradamos, mas nAquele a quem servimos (p.41). Ken Blue em "Abuso Espiritual" acrescenta : "Mesmo a ambição de Jesus em servir a nós todos - tornando-se Servo, o maior de todos - era baseada em uma calma confiança naquilo que Ele era" (p.87).


03. Conflito entre autoridade e submissão

Um dos maiores causadores de dissensões no mundo eclesiástico é quanto à autoridade. Todos os cismas registrados na história foram marcados pela manifestação de uma ordem intelectual contradita de minorias em relação às orientações da maioria.

Não resta dúvida de que nossa época está cada vez mais caracterizada pela desordem ou desunião institucional. É neste cenário que líderes surgem com a boa motivação de organizar ideias, reajustar a estrutura, rever necessárias melhorias, tapar arestas, dentre outras carências. Contudo, somente as intenções não resolvem. Por isto, iniciam um movimento de mudanças. As mudanças sempre custam muito, como alteração da rotina, corte nos gastos, mais leitura, maior dedicação de tempo às prioridades, perda no conforto, confrontações, ensaios, novas exigências, etc.. O princípio da autoridade e submissão é essencial como modelo bíblico para a conservação das boas tradições ou iniciativa de mudanças que realmente se apresentam como necessárias. Do desequilíbrio de uma das partes surgem abusos de autoridade ou rebelião.

Líderes se consideram dotados de autoridade para dar uma direção e esperam submissão dos seus subalternos na missão que lhes foi delegada. Infelizmente é comum ver líderes se mostrando indispostos para com suas lideranças institucionais. Em outras palavras : é muito mais comum a insubmissão de quem já é uma liderança do que naquelas que ainda não ocupam funções de autoridade. Exigem dos outros o que menos exigem de si mesmos. Outros nem aceitam liderança sobre eles e saem abrindo novas frentes de trabalho independentes para não ter a quem prestar contas, para não ter a quem dar satisfação do seu comportamento moral, espiritual, ministerial, movimentação financeira, estratégias de trabalho, pensamentos regentes do ponto de vista doutrinário e processos de treinamento. Agem assim incoerentemente com o princípio de autoridade, pois esperam submissão, mas a quem e como estão submissos ? Esperam harmonia no pensamento e prática dos liderados, mas a quem e como submetem seus pensamentos e práticas ? Ensinam e exigem humildade e obediência, mas a quem são humildes suficiente para obedecer a orientações muitas vezes contrárias dos ideais pessoais ? Cobram fidelidade de dízimos dos fiéis, mas estão sendo fiéis em repassar o dízimo dos dízimos aos órgãos superiores como orientado em quase todas as Denominações evangélicas ?

Certa vez uma missionária me perguntou no Peru qual a diferença entre autoridade e autoritarismo. Em resposta disse que a autoridade estabelece normas aplicáveis rigorosamente aos outros e a ela, mas que o autoritarismo aplica o rigor das normas apenas aos outros. Na política isto é chamado de imunidade parlamentar ou privilégios do ofício, porém, a Bíblia denomina esta "imunidade" de farisaísmo pela falsa aparência de moralidade afinada, autoridade legítima e piedade. No fundo cobram, mas não aceitam ser cobrados; questionam os outros e se compara para provar estar certo, mas não aceitam ser questionados e comparados pelos outros; cuidam da sua "sala" e menosprezam todo o "edifício". Isto acontece por um forte conflito da natureza humana com respeito à autoridade daqueles que foram responsabilizados para liderar. Não há autoridade genuína que não se baseia em submissão consciente. Submissão traduz maior amor ao próximo que a si mesmo, enquanto a insurgência prova maior amor a si mesmo que ao próximo.

Muito desses comportamentos tem sido provocados, por outro lado, pelo abuso de alguns que se julgam autoridades absolutas sobre os outros. Praticam chantagem emocional com uso malicioso da Palavra de Deus, limitam o acesso à informação, proíbem sem razões fundamentadas, usam indevidamente textos sagrados para justificar o asceticismo religioso, praticam legalismo, exploram as finanças do povo de boa fé pressionando repedidas arrecadações, sacralizam símbolos e ritos cerimoniais, não honram seus compromissos, raramente pedem perdão ou reconhecem erros publicamente, manipulam a consciência dos fracos, etc..

Ninguém na história foi tão revolucionário quanto Jesus, como ninguém nunca foi tão servo quanto Ele. Oswald Sanders em "Spiritual Leadership - Principles of Excellence for Every Believer" (p.24) diz que o ensino de Jesus no serviço e sofrimento não estava intencionado meramente em inspirar o bom comportamento. Jesus quis impactar o espírito de servo, o sentido pessoal de compromisso e identidade que Ele expressou quando disse : "Pois qual é maior : quem está à mesa ou quem serve ? Porventura, não é quem está à mesa ? Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve" (Lc. 22:27). Mesmo Jesus como Messias enviado estava sob a missão do Pai em inteira submissão (Is. 42:1; Mc. 10:42-45; Jo. 5:36, 14:28). Todo líder necessita estar debaixo de uma autoridade e a ela conferir honestidade, respeito e submissão. Isto é necessário porque somos pecadores e sozinhos somos capazes de desenvolver ainda mais o orgulho, vaidade e independência do corpo institucional e orgânico da Igreja; e porque Jesus é nosso modelo de liderança segundo o padrão de valores éticos de governo no Reino de Deus."


Com amor,

Ericson Martins

Noticias do mes de Maio

Cape Town Maio de 2010
Lucas 6.47-49: “Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante: É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha. Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa”.

Ola Amados,

Não escrevi por esse tempo por falta de tempo mesmo e já começamos a semana com muitas coisas a fazer então decidi escrever logo essa cartinha para vocês porque se deixarmos para depois acabamos não fazendo, ne?
Noticias do Paulinho: Venho pedindo orações por meu Primo-irmao Paulinho, Deus ouviu nossas orações,ele tinha pouquíssimas chances de sobrevivência mas Deus é quem da a ultima palavra,ele passou bem pela cirurgia,sobreviveu..Esteve na UTI por alguns dias, quase estava entrando em um quadro de infecção generalizada mas em todos os momentos o Senhor esteve cuidando dessa situação,da vida dele e de nossas vidas, então louvemos a Deus juntos pois nossas orações foram ouvidas e meu muito obrigada a cada um que esteve em oração comigo e minha família por esta causa.
Copa Do Mundo aqui: Tem Varias pessoas perguntando sobre a agitação da Copa do Mundo aqui,sobre as obras etc..As obras continuam, não terminaram, a agitação está grande, a expectativa deles também e principalmente a expectativa de ganharem muito dinheiro neste período, so esqueceram que a copa dura apenas 1 mês e depois as dificuldades voltam,apenas os ricos ganham dinheiro mas os pobres continuam na mesma situação,o que é triste.
Nossa agenda e reunião para esse período foi feita ontem pois conseguimos autorização para colocarmos um telão no salão da Igreja onde passaremos os jogos do Brasil e os dos Países Africanos já que aqui temos Pessoas de vários Países, já estamos providenciando folhetos para serem entregues,pois nosso objetivo é assistirmos os jogos da copa juntos mas acima de tudo evangelizarmos nesse período, as pessoas se preparam pra copa com tanto prazer mas não se preparam para seu encontro com Cristo, para a Volta de Jesus, para as coisas que se referem ao nosso futuro La na Gloria, queremos alcançar pessoas para Cristo nesse período,queremos aproveitar todas as oportunidades que Deus nos concede. Orem por nos para que sejamos capacitados, tenhamos sabedoria para trabalharmos nesse período e para que todos que entrarem na igreja para assistirem os jogos,saiam diferentes e convertidos ao Senhor Jesus.
Nosso Cultos com Refugiados: Este também é um período que as escolas entram de férias mas também as igrejas aqui entram de férias de alguns cultos nos períodos de paradas das escolas,o que é estranho para nos mas nossos cultos com os refugiados mesmo sabendo que esse numero poderá reduzir, decidimos não seguir a parada mas continuaremos com os cultos e trabalhos normais,o que também cremos que será muito bom. Nossos cursos também não terão férias, apenas o curso que é dado por uma senhora que é membro da Igreja que é o curso de costura mas os cursos que são de nossa responsabilidade também decidimos não parar com os mesmos.
Nosso Numero de Missionários sendo reduzido: A partir do Mês de Julho, final do mês, já teremos reduzido o nosso numero de missionários, serão 2 casais que estão partindo pra seus campos definitivos e 2 solteiros que voltam ao Brasil, ficaremos apenas eu,Pr. Gesse e sua esposa Iolandinha e a Silvia. Um amigo missionário disse que nossa vida como missionários se resume em Oi e Tchau, temos todo tempo que dizer apenas “OI”, convivemos com os irmãos e em pouco tempo já temos que dizer “Tchau”,o que não é nada agradável mas isso faz parte e Deus nos da a graça de conhecermos colegas de ministério maravilhosos e sabermos que nos separaremos para continuarmos servindo a Deus mas em outros locais. Precisamos orar para que outros trabalhadores se juntem a nos nessa grande Seara e você pode ser um deles.
Noticias Pessoais: Minha coluna voltou a doer esses dias,infelizmente um dos meus remédios acabou mas estava tomando poucas vezes,acredito que seja por conta do frio que já tem sido intenso aqui. Estou já a procura de um novo local pra morar afim de economizar nas passagens e pelo fato que já compartilhei antes de que algumas programações,se alguém não vier me buscar de carro e me trazer ,não posso ir,logicamente também não posso ficar contando com as pessoas todo tempo já que cada um aqui tem sua vida, suas funções e tem dias que nem conseguimos nos ver,apenas falamos por telefone o necessário,porem alem da mudança para algum local mais próximo, continuo com a intenção da compra do carro para também ajuda aos colegas missionários em outros trabalhos,no revezamento quando tivermos que buscar alguém em aeroporto, para buscar alguns refugiados e levá-los para que estes também não tenham que gastar com passagens pois as vezes eles nem tem passagem para virem aos cultos,alguns nos ajudamos dando um valor para 2 semanas mas não temos como ajudar a todos,então o carro continua sendo necessário aqui, Caso você sinta o desejo de nos abençoar ajudando na compra do carro,ficaremos muitíssimos gratos,na pesquisa que fiz aqui, um carrinho para fazer alguns pequenos ajustes,conseguimos por 3 mil reais.
Para mudar também, estou com intenção de esperar a copa passar e principalmente terminar meu contrato com a escola de estudar todos os dias pois acabo pagando mais, quando diminuir os dias então terei condições de alugar algo em um lugar melhor e onde morei tem já um apartamento para alugar mas teria que já diminuir os dias de aulas, então tenho orado para que Deus segure pra mim este apartamento ate Agosto,orem comigo por isso pois o local é privilegiado, duas quadras da igreja, local que poderei voltar ao trabalho de evangelização de Muçulmanos e perto de todos os comércios e facilidades e não está muito caro mas precisamos de mais parceiros de ministério também.
Se você que recebe minha cartinha ainda não se juntou a este ministério, quero desafiá-lo a se juntar a mim e servir ao Senhor comigo aqui na África do Sul através das suas contribuições e suas orações. Aos que já caminham comigo,quero agradecer por fazerem parte desta tarefa difícil mas gratificante,louvo a Deus a cada dia por sua vida e porque Deus o levantou para caminhar comigo,pois sozinha não poderia continuar essa caminhada e nem gostaria de continuar,somos irmãos em Cristo e trabalhamos pela mesma causa e somente juntos é que seremos vitoriosos em Cristo Jesus.
Deus continue a abençoá-los. Estou daqui em oração por cada um,não esqueço de ninguém.
Recebam meu abraço com Muito carinho.

Em Cristo,
Missionária Beatriz Faria
Dir.Internacional da Embaixada da Família.
Servindo Ao Senhor Na África do Sul.
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